terça-feira, setembro 25, 2012 por
Érick Delemon
em:
Poesias
107
Quando mudar é, simplesmente, ser no outro ser, sob a promessa de assustadora eternidade que a alma do cosmo atravessa, |
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que gorjeios de anjos essa gente suporta ouvir eternamente? |
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bem-vinda estrela do orçamento que atrai os astros como o ímã da carne atrai o sofrimento, |
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cisma Yacala, sob a sanha do anjo da cólera em campanha. |
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Alberto da Cunha Melo excerto do livro Yacala, 1999 |
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quinta-feira, junho 21, 2012 por
Érick Delemon
em:
Reflexões
Diz o canto do boiadeiro apaixonado:
Eu queria uma égua mas arrumei mula-manca
E da mula-manca não larguei e também só me espanca!
Mas ainda estou firme, mesmo que prego na areia fincado
Dizem que rei nunca perde a majestade, e como caça não hei de servir mais.
Boiadeiro é rústico mas sabe apreciar a verdade, e como Platão disse, sabe
que justiça é a cada um, a parte que lhe cabe.
Boiadeiro sabe quando é formoso, e quando tem coração bom, bom de paz,
e sabe que é esforçado mesmo se às vezes a cabeça atrapalha
Quem perde então, se não morre sem… Ganha o mundo e ganha a mortalha
Dizem que quem anda na areia às vezes escorrega. Mas eu caminho é no mar
Aquilo que é de ruim o mar leva. No mar, corre-se o risco de afundar.
Mas o que é bom o mar traz também. Como marinho então repito até cansar:
Porque quem não é feliz comigo mando passear
De mula-manca já sobram por demais no mundo
Embora com belas ancas, com as carrancas não ousam nem pensar
Se o mar tá cheio de peixe, acharei um que não vai me espancar
Assim aprende, nessa lambança, uma verdade que sempre se dança: a fila anda, vagabundo
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O escrito que se segue é uma condensação efetuada por mim de trecho do livro Deuses, Túmulos e Sábios de C. W. Ceram (já citado por estas bandas) (no caso, retirados da 8ª edição brasileira, de 1959 [p. 37-42]), da Editora Melhoramentos (o livro ainda é editado e pode ser encontrado nas livrarias). Trechos em negrito ou grifados são meus.
O pai contava sagas, contos de fadas e lendas ao menino. Falava-lhe também – velho humanista – sobre as lutas dos herois de Homero, sobre Páris e Helena, sobre Aquiles e Heitor, sobre a forte Troia consumida pelas chamas. No Natal de 1829 deu-lhe de presente “A História do Mundo Ilustrada”, de Jerrer. Aí havia uma gravura representando Eneias com o filho pela mão, o velho pai às costas, fugindo da fortaleza em chamas. O menino olhava a gravura, os muros fortes, a sólida porta ocidental.
— Tróia era assim? Perguntava.
O pai acenava com a cabeça.
— E tudo isso foi destruído, completamente destruído, e ninguém sabe onde isso era?
— Isso mesmo, respondia o pai
— Não acredito, dizia o menino Heinrich Schliemann. Quando eu for grande, hei de encontrar Troia; e também o tesouro do rei.
O pai ria.
“As primeiras impressões de uma criança permanecem toda a vida.” Mas nele essas impressões da narração de feitos clássicos não foram causadas por muito tempo. Sua instrução terminou aos 14 anos, quando entrou como aprendiz para uma loja de secos e molhados da cidadezinha de Fürstenberg. Durante cinco anos e meio vendeu arenques, aguardente, leite e sal a varejo, moeu batatas para destilação e varreu a loja. E isso das cinco horas da manhã às onze da noite.
Esqueceu o que aprendera e o que ouvira do pai. Mas eis que um dia entrou na venda um empregado de moinho embriagado, debruçou-se sobre o balcão e, com voz tonitruante e cheia de sentimento, começou a recitar versos, com o desprezo de quem já fora estudante e assim se sentia espiritualmente superior aos outros. Schliemann ficou encantado. Não entendia patavina, mas, quando soube que eram versos da Ilíada de Homero, juntou seus pfennings e pagou ao ébrio um gole para que os repetisse.
Sua vida tornou-se aventurosa. Em 1841 foi para Hamburgo e engajou-se como grumete de um navio que zarpava para a Venezuela. Após uma viagem de 15 dias, o navio encontrou forte temporal e foi a pique diante da ilha de Texel. Schliemann, muito maltratado, foi parar num hospital. Com a recomendação de um amigo da família foi para Amsterdam como auxiliar de escritório. E se não foi bem sucedido em suas aspirações de percorrer as vastidões geográficas, conseguiu contudo memoráveis conquistas no terreno do espírito.
Numa pobre água-furtada, sem aquecimento, começou a estudar novas línguas. Seguindo um método completamente incomum, por ele mesmo inventado, em dois anos aprendeu inglês, francês, holandês, espanhol, português e italiano.
O mesmo êxito que tinha no estudo ele o tinha também comercialmente. É desnecessário dizer que nisso tinha sorte. Em 1850 estava na América do Norte. A anexação da Califórnia aos Estados Unidos deu-lhe automaticamente a cidadania norte-americana. Só em 1856 iniciou o estudo do grego moderno, do qual, ainda uma vez, ele se assenhorou em seis semanas. E em mais três meses dominou as dificuldades do hexâmetro homérico.
Escreve um dia: “O céu abençoara milagrosamente os meus empreendimentos comerciais, tanto que em fins de 1863 eu me achava de posse de uma fortuna a que a minha ambição jamais havia ousado aspirar”. E conclui: “Por isso – diz ele singelamente – retirei-me do comércio, para me dedicar exclusivamente aos estudos que maior encanto tem para mim.” Em 1868 partiu para Ítaca, pelo Peloponeso e a Tróada.
Isso não parece um conto de fadas? Um homem que obtivera o maior dos êxitos comerciais queimar atrás de si todos os navios do seu negócio para seguir o sonho da sua juventude? Um homem ousar desafiar o mundo científico, tendo na cabeça pouco mais do que Homero, opor sua fé à dúvida em Homero, desprezar a pena dos filólogos, para tirar a limpo com a pá o que até ali uma centena de livros havia perturbado?
No tempo de Schliemann, Homero era o cantor de um antigo mundo submerso. E acrescia mais isto: a Grécia da Ilíada devia ter sido um país de alta cultura. Mas ao tempo em que os gregos entravam na luz da nossa história datável eram conhecidos por nós como um povinho insignificante, que não se distinguia nem pelo fausto nem pelos seus palácios, nem pelo poderio dos reis, nem por armadas de mil navios. Com efeito, era mais fácil crer na inspiração poética do homem Homero do que supor que a uma civilização completa se seguisse a decadência da barbaria primitiva, sobrevindo depois novamente o auge da cultura helênica.
Mas não foram ponderações dessa natureza que conseguiram desviar de sua fé Heinrich Schliemann, o sonhador de mundos homéricos. Ele lia Homero como se fosse a mais pura realidade. Quando examinava a descrição do escudo gorgônico de Agamemnon, quando lia sobre a correia do escudo, que tinha a forma de uma cobra tricéfala, sobre os carros de combate, sobre armas e instrumentos, descritos com todos os detalhes, não duvidava de que tinha na sua frente a descrição de uma realidade helênica. Todos aqueles heróis: Aquiles e Pátroclo, Heitor e Eneias, seus feitos suas amizades, seu ódio e seu amor seriam inventados? Ele cria na sua existência individual. E comungava nessa fé com toda a Antiguidade grega e com os grandes historiadores Heródoto e Tucídides, que sempre haviam considerado a Guerra de Troia um acontecimento real, e todos seus participantes, personagens históricas.
Com essa fé, aos 46 anos o milionário partiu não para a Grécia moderna, mas diretamente para o reino dos aqueus. E não havia de confirmá-lo o entusiasmo o fato de, ao primeiro encontro com um ferrador de cavalos de Ítaca, este lhe apresentar sua mulher com o nome de Penélope e seus filhos como a Odisseu e Telêmaco?
Leia a Parte II >
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O escrito que se segue é uma condensação efetuada por mim de trecho do livro Deuses, Túmulos e Sábios de C. W. Ceram (no caso, retirados da 8ª edição brasileira, de 1959 [p. 42-46]), da Editora Melhoramentos (o livro ainda é editado e pode ser encontrado nas livrarias). Trechos em negrito ou grifados são meus.
A maioria dos sábios contemporâneos designava como possível sítio onde Troia poderia ter ficado – se ela teria existido algum dia – a aldeola de Bunarbashi, a qual se distinguia apenas pelo fato de ostentar (o que ainda hoje acontece) em cima de cada uma de suas casas até uma dúzia de ninhos de cegonha. Havia naquele lugar duas fontes que levavam os arqueólogos arrojados à opinião de que bem poderia ter sido ali a velha Troia.
E alcançaram as duas fontes de belas águas borbulhantes,
De onde parte, de dupla nascente, o Escamandro vertiginoso.
Uma corre sempre quente, e do fundo dela
Sobem nuvens de fumo como de uma fornalha;
Mas a outra, mesmo no verão corre fria como granizo,
Ou como a neve de inverno e como gélidos blocos de gelo.
Ilíada, XXII, 147-152 [1]
Esse primeiro olhar, entretanto já lhe mostrou que aquele lugar, a uma distância de três horas do litoral, não podia ter sido o sítio de Troia, visto que os herois de Homero eram capazes de correr, várias vezes por dia, dos seus navios até o castelo. E naquela colina poderia ter-se erguido o castelo de Príamo, com sessenta e duas dependências, muralhas ciclópicas e o caminho da porta pela qual o cavalo de madeira do astucioso Ulisses teria sido levado para dentro da cidade?
Schliemann inspecionou as fontes e abanou a cabeça. Num espaço de 500 metros não contou duas (como declarou Homero), mas 34 [fontes]. Ele, que tomava Homero ao pé da letra, como os antigos teólogos da Bíblia, puxou do seu termômetro de bolso, examinou uma por uma das 34 fontes, e encontrou em todas a mesma temperatura de 17,5 °C.
E foi mais longe ainda. Abriu a Ilíada e leu os versos do medonho combate de Aquiles e Heitor. Leu como Heitor fugiu diante do “valente corredor”, e assim “três vezes deram a volta à fortaleza de Príamo”, “e todos os deuses olhavam”. Schliemann percorreu o caminho descrito. Encontrou um declive, tão escarpado que se viu forçado a descê-lo de quatro, em marcha à ré. Isso confirmou-o na convicção de que Homero, cujas descrições de terreno ele aceitava como topografia militar, nunca podia ter pensado em fazer descer seus herois três vezes aquele declive “em apressada corrida”.
Havia, porém, sinais em outro sítio. Já se mostravam ao olhar superficialmente examinador entre as ruínas de Nova Ílion, hoje Hissarlik, que significa “palácio”, duas horas e meia ao norte de Bunarbashi, distante apenas uma hora da costa. Mas que dizer aqui das fontes de Homero, razão fundamental da teoria de Bunarbashi? Só uma rápida incerteza acometeu Schliemann quando lhe ocorreu aí justamente o contrário do que lhe ocorrera em Burnabashi, isto é, quando não achou fonte alguma, ao passo que lá encontrara 34. A observação de Calvert ajudou-o: num breve período de tempo haviam desaparecido e reaparecido várias fontes quentes naquele solo vulcânico. E com uma observação de passagem ele liquidou o que até então parecera tão importante aos acadêmicos, e o que lá lhe servira de refutação servia-lhe ali de prova. A perseguição de Heitor por Aquiles já não tinha nada de improvável se tivera lugar ali onde os declives da colina se alargavam suavemente. Eles teriam de percorrer 15 Km para dar volta à cidade três vezes, e isso, segundo experiência própria, não lhe pareceu demais para guerreiros estimulados pelo ardor de um duelo cheio de ódio.
E então, como um possesso, Schliemann pôs mãos à obra. Em 1869 ele havia casado com uma grega, Sofia Engastromenos. Em 1871 cavou durante dois meses e, nos dois anos seguintes, quatro meses e meio por ano. Tinha 100 operários à sua disposição. Trabalhava sem descanso e nada o detinha; nem a febre; nem a falta de boa água; nem as impertinências dos trabalhadores; nem a lentidão das autoridades e a incompreensão dos cientistas do mundo inteiro, que lhe chamavam tolo e coisas piores.
Sofia Schliemann usando joias “surrupiadas” da escavação
Escavando, encontrou armas e utensílios domésticos, ornamentos e vasos, provas evidentes de que ali existira uma cidade opulenta. Mas achou também alguma coisa mais, e pela primeira vez o nome de Heinrich Schliemann correu o mundo: sobre as ruínas de nova Ílion achou outras ruínas e, por baixo dessas, mais outras. A colina parecia imensa cebola que era preciso desfolhar camada por camada. E cada uma dessas camadas parecia ter sido habitada em tempos diversíssimos. Eram nove cidades, nove visões de um mundo antiquíssimo do qual o mundo nada soubera e suspeitara!
Era um triunfo para Heinrich Schliemann, mas também era o triunfo para Homero. O que até então valera como lenda e mito e fora atribuído à imaginação do poeta estava provado agora que existia.
A vida de Henry Schliemann é ainda muito mais rica: escavou também Micenas e Tirinto. Enganou-se quanto à qual camada correspondia à Troia Homérica – o que só veio a saber ao final da vida. Faltam nessa condensação muitos dos detalhes de suas aventuras comerciais e seu aprendizado constante de novos idiomas. Faleceu em 26 de Dezembro de 1890, e foi enterrado num mausoléu em formato de templo grego antigo, num cemitério de Atenas.
[1] – Os versos encontram-se assim no livro. Por curiosidade e por querer permitir uma "releitura” dos versos, deixo os mesmos segundo a tradução de Carlos Alberto Nunes:
os mananciais cristalinos passaram, que as duas nascentes
perenemente alimentam do Xanto de vórtices túrbidos:
de uma, água quente deflui, de onde denso vapor se levanta
continuadamente, tal como se fogo vivaz a aquecesse,
enquanto da outra, até mesmo no ardor do verão, sempre escoa
água tão gélida quanto granizo ou cristais de alva neve.
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Hölderlin (sob o pseudônimo Hillmar), 1799
Die Liebenden |
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Trennen wollten wir uns, wähnten es gut und klug; Da wir's thaten, warum schröckt uns wie Mord die That? Ach, wir kennen uns wenig, Denn es waltet ein Gott in uns, |
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Hillmar. |
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Os Amantes |
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Nós quisemos nos separar, pensando ser bom e sábio; Uma vez que o fizemos, por que nos choca como assassínio, o ato? Ah, nos conhecemos pouco, Pois um deus prevalece em nós, |
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Hillmar. |
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1767
| | O Gritar |
Goethe | | Goethe |
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nach dem Italiänischen | | Ao italiano1 |
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Jüngst schlich ich meinem Mädgen nach, Und ohne Hindernüß Umfasst’ ich sie im Hayn; sie sprach: Lass mich, ich schrey gewiß! Da droht’ ich trozzig: Ha, ich will Den tödten, der uns stöhrt. Still, winkt sie lispelnd, Liebster still, Damit dich niemand hört. | | Recentemente rastejei eu à minha donzela, E sem impedimento Levei-a ao bosque; disse ela: ”Deixe-me, eu grito certamente!” Então desafiador ameacei: “Ha! Qualquer vivalma Matarei caso nos perturbe.” ”Calma,” ela acenou ciciosa, “querido, calma, Para que ninguém te escute.” |
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| | 1 Quer dizer: [Em homenagem] à língua italiana |
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Goethe me tomou alguns dias – senti uma necessidade interior, espiritual de colocar essas exatas palavras para que você as visse. Não sou poeta, por isso deixo-o falar por mim, mesmo que eu tenha empobrecido as rimas do mestre e roubado certa simplicidade harmônica interna que transmite um “cotidiano” tão singelo, mas belo. Acredito que tive algum sucesso:
Gefunden | | Encontrada |
Goethe | | Goethe |
Ich ging im Walde So für mich hin, Und nichts zu suchen, Das war mein Sinn. Im Schatten sah’ ich Ein Blümchen stehn, Wie Sterne leuchtend, Wie Aeuglein schön. Ich wollt’ es brechen, Da sagt’ es fein: Soll ich zum Welken Gebrochen seyn? Ich grub’s mit allen Den Würzlein aus, Zum Garten trug ich’s Am hübschen Haus. Und pflanzt’ es wieder Am stillen Ort; Nun zweigt es immer Und blüht so fort. | | Andava na floresta E sozinho eu ia, A procurar por nada, Tal foi minha sina. Na sombra eu vi Uma flor sem tutela, Como as estrelas brilhava, Com’ olhos era bela. Arrancá-la eu procurei E gentil veio a dizer: “Colhida eu serei Só para fenecer?” Todas suas raízes Com cuidado escavei, E para casa, no meu belo jardim, a levei. Neste silencioso canto Plantada foi novamente; Lá ramifica tanto Lá floresce eternamente. |
Dizem que foi escrito no dia 26 de Agosto de 1813, como homenagem de Goethe à sua mulher. O motivo foi o 25º aniversário do seu primeiro encontro, num parque de Weimar.
O motivo desta tradução pode também ser traçado a um 26 de Agosto; mas ela foi finalizada para 26 de Setembro. A 26 de Outubro cada letra de Goethe deveria ser lida novamente, sob nova luz: mais intensa, mais interna. E a retradução dos dois últimos versos foi útil para esse fim:
Agora sempre dá ramos
Flores e assim por diante
Basta saber que raízes profundas, ramos cada vez mais altos e flores mais belas parecem despontar a 26 de Novembro. A 26 de Dezembro os frutos devem surgir como presentes aparecem nessa época do ano: como boas surpresas. A 26 de Janeiro e todas as datas, horas e segundos seguintes são uma incógnita; mas é uma variável de fortes raízes no passado: antevê-se um futuro frondoso! Que assim seja.
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